quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Resenha: Cidades de Papel

 O história começa em um dia comum no colégio de Quentin, um nerd com amigos divertidos, que está no último ano do ensino médio. Então surge Margo, uma garota popular e descolada, pela qual Quentin é apaixonado. Eles eram melhores amigos na infância, quando chegaram a encontrar um corpo no parque que frequentavam. Na época, Margo justificou a morte do homem dizendo que “talvez todos os fios dentro dele tenham se arrebentado” (acredite, isso tem grande importância na história). Hoje, Margo e Quentin perderam a proximidade e (apesar de serem vizinhos) não convivem mais.

 O primeiro capítulo retrata um dia tão comum que chega a ser entediante, mas fica uma dica: continue a leitura. Aquele cinco de maio poderia ser como um dia qualquer, até que Margo abre a janela do quarto de Quentin, com o rosto pintado e vestida de preto, convidando-o para uma aventura, onze coisas que, segundo ela, não eram delitos graves.

“Hoje, meu bem, vamos acertar um monte de coisas que estão erradas. E vamos estragar algumas que estão certas. Os últimos serão os primeiros; e os primeiros serão os últimos; os mansos herdarão a terra.”

 A noite divertida fez com que Quentin criasse expectativas sobre como as coisas seriam entre eles a partir de então. O que acontece, porém, é que Margo desaparece. Isso acontecia com tanta frequência que os amigos, mesmo sentindo falta, não organizavam mais campanhas para encontrá-la. O problema foi que Margo não voltou no dia seguinte, nem no outro, como era de costume.

“Margo sempre adorou um mistério. E, com tudo o que aconteceu depois, nunca consegui deixar de pensar que talvez ela gostasse tanto de mistérios que acabou por se tornar um.”

 Os pais de Margo dizem que ela sempre deixa pistas, mas nada que pudesse revelar aonde ela estava. Mesmo assim, quando encontra uma, Q. acredita que ela mostrará a ele como encontrar Margo. Assim começa a parte mais divertida e reflexiva do livro. O desaparecimento mostra que cada um criou uma Margo para si, mas ninguém tem uma definição de quem era a garota de verade. A busca por ela mostra uma dedicação imensa de Q ao tentar seguir pistas que seriam “a trilha de migalhas de pão até ela”.

 “Talvez ela quisesse ser encontrada, e por mim. Talvez da mesma forma que ela me escolhera na noite mais longa, tivesse me escolhido de novo.”

 Ele parte em busca da garota e com a ajuda de Ben, Radar e Lacey (melhor amiga de Margo), começa a decifrar o mistério que era Margo, descobrindo coisas que fazem a imagem idealizada que ele tinha sobre ela se desfazer.
"Margo não era um milagre. Não era uma aventura. Nem uma coisa sofisticada e preciosa. Ela era uma garota."
 O livro tem um final que fugiu completamente do que eu imaginava, me vi ligada aos personagens, o que fez com que o fim do livro me deixasse triste (acho que vocês me entendem).

 As metáforas são tantas que não tem como fechar o livro e não continuar refletindo. Achei a história bem divertida, apesar de me fazer pensar muito na minha opinião sobre as pessoas e no quão diferentes disso elas podem ser, no quanto criamos sentimentos por certas pessoas e como tudo pode tomar rumos totalmente diferentes.

 Esse é mais um livro espetacular de John Green, personagens complexos (e apaixonantes) em uma história cheia de detalhes (apaixonantes). Aos que diziam que gostariam de ler até a lista de compras do supermercado escrita pelo John Green, eu entendo e apoio vocês.

Detalhes

Título original: Paper Towns
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Páginas: 368
Tradutor: Juliana Romeiro


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